Literalmente, uximika (kimbundu lubolense) é atear fogo para diversos fins que vamos procurar discorrer nas linhas abaixo. Das queimadas podem derivar proventos e prejuízos.
Esta prosa é motivada por uma situação ocorrida a 23.05.2020, e que levou alguns bairros de Luanda a "dormir na escuridão", porque numa subestação da empresa distribuidora de energia houve incêndio "periférico" que destruiu alguns equipamentos (se bons ou sucatas não sei). Tais equipamentos eléctricos, ao que as imagens nas redes sociais mostraram, estavam num vasto quintal e em volto a capim seco. É aqui que surge o tema "queimadas".
No tempo seco/kixibo, o lixo e toda a erva seca é queimada. É menos trabalhoso queimar do que capinar. Chegados os meses de maio e junho (quando o capim ainda não está completamente seco), roça-se/corta-se o capim à volta das lavras e fazendas (picadas) ao qual se joga fogo, para se defender do fogo das caçadas nos meses de Agosto e Setembro.
À volta das casas, nas aldeolas, para evitar que cobras e outros predadores se abeirem das pessoas e dos animais domésticos, é o fogo posto que alarga o "espaço vital e visual". Daí que atear fogo à capinzais circunscritos (quintalões) ou não é, para o angolano do interior, uma prática inculcada na psique, agindo de forma costumeira tão logo se depare com capim seco que pode, no seu imaginário, compaginar-se com a oportunidade de: caça, defesa, visibilidade, facilidade agropecuária (nascimento de relva para os herbívoros domésticos, e prática agrícola), etc.
Ainda a 23.05.2020, limpei um dos meus quintais (onde decorrem obras civis) usando a prática da queima do capim seco. E foi mais fácil ter o espaço limpo do que seria se usando a enxada. E mesmo assim, teria ainda de descartar o capim.
Queimada é prática primitiva da agricultura, destinada principalmente à limpeza do terreno para o cultivo de plantações ou formação de pastos, com uso do fogo de forma controlada que, às vezes, pode descontrolar-se e causar incêndios em florestas, matas e grandes terrenos agricultados.
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