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quinta-feira, novembro 02, 2023

FORA, MAS DENTRO DA RÁDIO

Há 17 anos que não "faço rádio", mas, sempre que oiço um noticiário, vem-me à mente a adrenalina de redigir a passos largos e permanente escassez de tempo o noticiário. Ingressei na LAC numa altura em que ainda se fazia jornalismo, tendo sido meus primeiros editores o Pedro Correia, a Sara Fialho e a Carla Castelo Branco. No meio de "gurús" e com uma concorrência interna (entre nós estagiários e juniores) e externa, sobretudo a da RNA, aprendi com os mestres e os concorrentes e construí o meu estilo híbrido (que combina as técnicas de retenção usadas na realização de programas e a técnica incisiva usada na redacção de notícias).

O José Rodrigues, na altura Editor-Chefe, tinha muita experiência de realização. Durante os seus noticiários, recordava sempre os ouvintes dos títulos por desenvolver. Era cativante e fazia esperar pela última. Roubei-lhe a chamada de atenção para o que ainda havia.
Com Ismael Mateus e a Paula Simons, quando regressaram à LAC (após formação em Portugal), prendi/aprofundei a hierarquização e a ter em atenção o tempo do registo sonoro. "Não mais de 30 segundo, o resto é excepção".
Ao meu "concorrente" Pedro Manuel "Pema", com quem nunca trabalhei, roubei os títulos curtos e incisivos, algo que aperfeiçoei com o Prof. Adérito Kizunda, no ISPRA.
Também tive como Editor o Paulo Araújo e dele aprendi o espírito de comando, determinação e dureza.
Do Pedro Correia, embora tenhamos trabalhado pouco tempo, aprendi que o Editor, enquanto líder, está para a equipa, caminhando com ela e defendendo-a quando necessário.

Sempre que oiço noticiários radiofónicos vêem-me à memória todas as lições directas e indirectas dos meus mestres e o repúdio aos títulos quilométricos que dispensam o lead. (In)felizmente o meu ouvido está talhado para a Rádio!