O meu dia foi (24.08.24) marcado por entrevistas exploratórias a jovens e adultos da vila e cercanias de Kibala.
Comunicação, Etnografia, Linguística e História
Aqui deposito algumas reflexões fruto de Vivências e Pesquisas.
Pequenos CONTRIBUTOS para um conhecimento que se constrói com outras contribuições.
Discorde e contribua.
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sábado, novembro 02, 2024
O HOTEL CUNHA E OUTRAS HISTÓRIAS KIBALENSES POR DESVENDAR
terça-feira, outubro 01, 2024
NÓTULAS SOBRE KIBALA
Wathithi kwamunzembe, walepa kakwata kolu, Ndonga-a-ngulu wandongile!*
Bem desenhada e implantada em terreno com pequenos declives que conduzem as águas pluviais a córregos naturais de fluxo permanente, Kibala, cercada a sul por montes pedregosos, tinha tudo para ser cidade.
quarta-feira, setembro 25, 2024
LUCIANO CANHANGA (C.V.)
- Director do GCII, 2018 a 2020
- Chefe do Sector de Comunicação e Imagem de 2007 – 2015
- Gestão de RH na Administração Pública, ENAD, 2016
- Planificação e Gestão da Formação, ENAD, 2017
- Gestão e Liderança de Equipas, INSIGNIS WEST; Lisboa, 2016
- Mini MBA sobre Administração e Gestão de Empresas, Catoca & Vantagem Mais, 2010.
- Relações Públicas Empresariais e de Estado, GESTINFOR, 2007
- Gestão de Crises, Catoca, 2006
- Gestão de Projectos, Catoca, 2007
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domingo, setembro 01, 2024
TANQUES NA ROTUNDA DA KIBALA
Junto à entrada à EN140, que nos leva da Kibala ao Mus(s)ende, há uma rotunda. Olhando para a esquerda, estão dois terrenos devolutos que guardam segredos de uma História ainda por escrever.
sexta-feira, agosto 09, 2024
QUEM FOI O COMANDANTE KANDIMBA?
(Constructo)
"Kandimba toka, ombonge itunda yangu"! ¹
Ainda se canta na Kibala e arredores (até mesmo em Luanda), reflectindo a saudade e reconhecendo a valentia deste insigne filho de Angola que a memória colectiva deve preservar e honrar.
Comandante "Kandimba" |
Kandimba gostava de ter a sua tropa bem disciplinada e os indisciplinados eram repudiados e castigados. Para organizar e disciplinar a tropa, tinha o seguinte slogan, 'nós somos cerca de 3000 homens. Eu prefiro ter 300 organizados a 3000 desorganizados'.
Ele descrevia a sigla FAPLA como 'Foram Armados Pelo Povo Para Libertar Angola'. Kandimba era muito rigoroso no cumprimento das missões que ordenava e as que ele próprio cumpria, esperando sempre por resultados positivos e nunca a derrota. A sua residência oficial era na rua em que ficavam as antigas instalações da Segurança do Estado, na vila da Kibala.
Operava normalmente com as primeiras três companhias do Batalhão 722, nomeadamente, 1ª, 2ª e 3ª, que ele considerava sua tropa de elite. O sargento-maior Evaristo José Bernardo, 'Xiña Wanga', da 3ª Companhia, era um dos seus estrategas nas grandes operações e dos seus principais seguidores.
Combateu no município da Kibala e, sempre que fosse requerida a sua intervenção, nos circunvizinhos da Gabela, Libolo, Hebo, Kondé, Waku Kungu, entre outros. Era muito respeitador da população e não gostava de escutar que um soldado das FAPLA maltratou ou retirou haveres de um popular.
Em meados de 1987, o 1º Pelotão da 8ª Companhia do Batalhão 722, que era comandado pelo seu irmão mais novo José Biano, destacado na montanha próxima ao bairro Kakata, depois do bairro Kapezo, foi atacado pelas Unita, tendo o chefe do pelotão perdido a sua arma de fogo do tipo a AKM. Em função deste acontecimento decidiu retirar toda 8º Companhia que se encontrava destacada na protecção da via Luanda-Huambo, incluindo nós que estávamos destacados na montanha junto às antigas bombas de combustível da Shell, para o comando do Batalhão 722 na sede municipal da Kibala, e destacado na Fortaleza.
A 18 de Dezembro de 1987, foi-nos incumbida uma operação militar, entrando pela comuna do Ndala Kaxibo, tendo o comandante Kandimba, dito ao seu irmão menor José Biano, em plena parada o seguinte: Deixaste o inimigo levar a tua arma. Não te darei mais arma. Avisei-te para ficares a cuidar da nossa mãe porque eu já sou militar, mas não aceitaste. Agora tu é que sabes se levas pedras ou cassete. Fomos com nosso colega desarmando e regressámos da missão no dia 27 de Dezembro.
(iv) José Kassola: Ele nasceu no Waku, na fronteira entre o Waku Kungo e Kibala. O irmão do Senhor Beto Kadaff, foi Motorista do comandante Kandimba. Lembro quando o Sr. Biano foi atropelado pelo seu próprio motorista que era primo dele. O homem carregava na Land Rover prisioneiros feridos da unita que seriam levados num helicóptero vindo comando da Região, em Benguela. Esteve presente o Comandante Seteko da 7ª Região. O Comandante Pedro Manuel Biano quase morria naquele incidente. O primo motorista aproximava-se do helicóptero para descarregar os soldados da UNITA feridos e capturados, para serem transferido para a Sétima Região. Ele sentiu medo das hélices, fez marcha atrás, sem olhar o Comandante Kandimba que estava a conversar com o Comandante Seteko. Pimbas! Caiu atropelado. Os óculos partiram e o Comandante Seteko levantou o Kandimba já com os olhos vermelhos.
A outra cena de que me lembro foi numa das efemérides, ou seja, feriado do Partido (MPLA), realizado às 12h00 horas, em que Kandimba quase seria capturado na Vila, mas avisou os demais chefes do Partido MPLA para que deixassem o espaço o mais rápido possível. Ele saiu sem que ninguém o visse e depois começou o fogo da UNITA dentro do recinto da festa. Ali tombou o 1° Secretário da JMPLA da Kibala, o jovem Felizardo.
Na rotunda que liga a EN 120 e EN 140 |
Por razões de várias missões chamados a cumprir, entre 1985, a 150 BIL foi movimenta para Malanje (9° Região Político Militar), passando por Kalulu, depois pelo Kis(s)ongo, caminhando para a região militar das FALA (forças da UNITA) chamada 93 RM, localizada no planalto (entre Kuanza-Sul e Bié), abrangendo o corredor de Kalus(s)inga, depois rumando para Malanje, mas feito o trajecto na Kitúbya, Luso, Gango, em direcção ao Povo do Hako, Kyenha, passando na Kipumba, caminhando até às margens do gigante Rio Kwanza. Na altura a barragem de Kapanda estava no início da sua construção. Aí transpusemos a margem contrária do Rio Kwanza, seguindo para Pungo a Ndongo, Kakuzu e cidade de Malanje. As missões continuaram na província de Malanje, depois para município de Kunda Dyabase, passando por Kakulama, Kela e às áreas da Baixa de Kas(s)anje. Em Janeiro de 1986, atingimos a localidade de Kafunfo e Kas(s)anje Kalukala. Aí o Kandimba ficou doente (meados de Janeiro de 1986) e foi levado ao hospital da Região Militar na cidade de Malanje. Depois que a saúde dele se restabeleceu, beneficiou de uma licença disciplinar (férias) para a terra natal (Kibala). De lá já não mais regressou ao Comando do seu Batalhão e na Kibala criou o batalhão 722, que comandou até 1992 ao abrigo dos acordos de paz para Angola (Bicesse).
(vi) Francisco Pinto, 65 anos feitos em Agosto de 2024, conta que em 1992, depois da desmobilização das FAPLA e criação do que era chamado de "Exército Nacional Único", as FAA, o Batalhão 722, organizado e chefiado pelo comandante Kandimba, havia sido extinto e o comandante desmobilizado com a patente de Major.
Foi atingido nesse Tanque |
quinta-feira, julho 25, 2024
COMUNICAÇÃO POSITIVA E NEGATIVA
Em conversa ocasional e circunstancial com um dos meus Mussund'amigos acabámos por abordar certa comunicação "fundada no negacionismo" ou "comunicação negativa" feita por algumas instituições.
Afinal o quê que as pessoas mais gostam?
_ Permissões ou proibições?Que tal se dissermos, a título de exemplo:
_ Atravesse sobre a passadeira em vez de "não atravesse fora da passadeira"?
_ Aproveite a segurança das passagens superiores em vez de "não atravesse sobre a plataforma da via"?
_ Vandalizar bens públicos dá em cadeia em vez de "não vandalize bens públicos"?
Dir-me-ão, alguns, que, feitas as contas "a mensagem é a mesma". Há, todavia, um efeito psicológico a ter em conta. A forma como formulamos a ideia e influencia no alcance da mensagem o seu acatamento. É que o ser psicológico está mais talhado para acatar as permissões/ofertas do que as negações.
As frases positivas e afirmativas geralmente são mais bem acatadas do que AS frases negativas ou proibitivas. Isso ocorre porque as frases positivas são percebidas como mais encorajadoras e motivadoras, criando uma abordagem mais colaborativa e receptiva. já as negativas ou proibitivas tendem a ser percebidas como críticas ou limitantes, o que pode gerar resistência ou desmotivação.
segunda-feira, junho 17, 2024
CONFINAMENTO DE CALULO É CULPA DA NÃO ASFALTAHEM DA VIA QUILEMBA-CALULO
terça-feira, maio 14, 2024
KANYANGA LANÇA "A FALTA DE MOTIVAÇÃO"
Por meio desta publicação, o autor convida o leitor a uma viagem de reflexão sobre um tema que tem sido muitas vezes levantado, muito mais fora do que dentro das organizações. Foi pelo questionamento e pelo desejo de saber "até que ponto a falta motivação influenciaria os resultados e a produtividade dos funcionários" no então Ministério de Geologia e Minas que o autor, enquanto funcionário da mesma instituição e em formação na Universidade Fernando Pessoa, estudando Gestão Empresarial, realizou a pesquisa quantitativa sobre a falta de motivação e o impacto nos colaboradores.
Trata-se, portanto, de um estudo que não perde o seu valor, dada a transversalidade do comportamento dos integrantes da administração pública angolana.
Soberano Kanyanga conjuga a busca pelas concepções ligadas à temática da motivação e a aborda a partir de olhares diferenciados, testando a sua praticidade no caso aludido. O trabalho serve também de peça constituinte da história da instituição no concernente ao tratamento dado à questão da gestão do capital humano, das mudanças operadas e das suas transformações.
O livro explora especificamente a problemática da falta de motivação e o seu impacto nos colaboradores, sendo a amostra de grupo-alvo constituída pelos colaboradores que incorporavam o colectivo do então Ministério.
Uma das qualidades deste estudo é a sua abrangência para a compreensão de grupos sociais e dos seus tipos de comportamento e concepções em relação ao trabalho.
Destaca-se aqui a importância dos questionários como instrumentos valiosos para o alcance das respostas das perguntas levantadas por esse estudo.
É possível compreender as influências das circunstâncias e de muitos factores do dia-a-dia do trabalhador, assim como as dinâmicas do espaço geográfico e os seus condicionalismos que são importantes para compreender as influências para a motivação ou a falta dela.
Ao lermos este estudo, ficamos satisfeitos e auguramos uma continuidade, porque a própria pesquisa provoca.
Aventamos, através de um olhar para o futuro, a possibilidade de este estudo abrir caminho, dialogar e motivar (sem falta) futuras pesquisas em outros contextos. Fica claro, a partir desta sua contribuição, que cuidar do capital humano deve ser feito com humanismo. E quanto mais for com razão e clareza, melhor, porque o desenvolvimento de uma empresa/instituição e de um país dependem muito do seu principal activo, as pessoas, que não dependem apenas das regras da disciplina diária e rígida, porém, de algo mais, que não é simplesmente de ordem material.
Que as pessoas e as organizações, a quem este estudo se destina, possam tirar proveito desta singela contribuição".