Liberalismos e Democracias são processos. A História de países africanos está repleta de exemplos ocidentais sobretudo os fundamentalizados nos anos finais da presença colonial. Um ditatorismo repressivo a que se seguiu a Guerra Fria que pela segunda vez (após Conferência de Berlim de 1884/5) fez da África um bolo para saciar apetites de Capitalistas e Socialistas, aspectos sobejamente conhecidos por qualquer intelectual ou estudante europeu de boa memória.
Aqueles que nos criticam hoje, que apontam soluções hipotéticas para a ÁFRICA e seus países de forma particular, muitas vezes se esquecem que foram eles que levaram para o continente negro os actuais problemas.
África era à chegada europeia ( no séc. XXV ) um conjunto de reinos e Estados independentes, social e politicamente organizados. Ki-Zerbo e Diop citam exemplos esclarecedores de Reinos e Estados como o Ghana antigo, o Mali, o Monomotapa, o Kongo (cuja capital sempre foi no actual território de Angola), entre outros estados.
Angola tem hoje 30 anos de independência, 14 anos de multi-partidarismo e três anos de paz efectiva. Aferir de forma irresponsável em hasta pública e sobretudo em espaços académicos, de que “não há liberdades em Angola”, é faltar com a verdade e menosprezar o esforço de muitos homens e mulheres que todos os dias, no seu país, lutam para a instauração pacífica de um Estado cada vez mais plural.
Acho que a liberdade de Imprensa em Angola é um processo em curso e não se podem precipitar as coisas. Tudo a seu nível. Se não se pode comparar Portugal de 1980 ao de hoje, tal analogia não se pode fazer em relação a Angola de 1992 (aquando das primeiras eleições) à realidade actual.
Porém, o que se assiste na Europa e sobretudo em Portugal é que muitos, como o jornalista Jorge Araújo, do Correio da Manhã, se referem a Angola com o grande desrespeito e desprezo fundamentando-se em dados completamente desactualizados ou em teses de " ouvir dizer", fazendo-se passar de iminentes conhecedores da realidade angolana.
A estes faço duas recomendações.
Primeiro:
-Oiçam as rádios angolanas, consultem jornais e assistam à TV.. Rebusquem arquivos e comparem os progressos.
Segundo:
Leiam o resumo que deixo a baixo e confrontem os dados se não se sentirem saciados.
EVOLUÇÃO da LIBERDADE de EXPRESSÃO e de IMPRENSA em ANGOLA.
Legislação: Revisões constitucionais de 1990 (Multi-partidarismo) e 1992.
-Setembro de 1992: - Fim do monopólio da rádio e surgimento de rádios comerciais em FM.( LAC-Luanda; CRC-Cabinda; R200-Lubango e Morena_Benguela).
- Surgem os primeiros jornais semanários independentes como o Imparcial Fax.
1997-2003: - Reabre a Emissora Católica de Angola.- Surgem vários títulos independentes.
- Elaboração de projecto de nova lei de imprensa ( já em discussão).
PERSPECTIVAS:
A proximidade das eleições legislativas agendadas para 2006 faz do jornalismo e da comunicação social angolana o centro de atenções nos debates políticos e da sociedade civil, já que tudo deverá passar pela media dado o seu papel "fiscalizador dos poderes" e difusor de ideias. Como prova disto o governo aprovou em conselho de ministros um "plano geral para o aperfeiçoamento e desenvolvimento dos órgãos da comunicação social".
Há outras medidas em curso como as que se enumeram:
1.-Nova redistribuição de frequências radiofónicas já anunciada. A Rádio Eclésia tem mais de vinte frequências atribuídas em todas as capitais de províncias e municípios.
1.2.-A Rádio despertar ligada à UNITA (fruto da transformação da rádio VORGAN em Comercial à luz dos acordos de Lusaka) também já tem frequência atribuída.
2.-Fim do monopólio televisivo.
Há já trabalhos de instalação de rede da TV_Cabo.
3.-Abertura de mais FM's.
SITUAÇÃO ACTUAL da COMUNICAÇÃO SOCIAL ANGOLANA:
-TV: Dois canais públicos sistema aberto.
-Agências de notícias: Uma pública e Representações de agências e jornais estrangeiros como: Chinhua, EFE, LUSA, REUTERS, BBC, RTP/África, RDP/África, TSF, etc.
-Rádios: Uma pública com Cinco canais e 20 emissoras locais.- Cinco privadas em FM.
Jornais: Um diário ( jornal de Angola) público.Uma dezena de títulos independentes regulares.
Revistas: Meia dúzia de publicações mensais, bi-mestrais, etc.
Apresentados os dados devo dizer igualmente que não se trata de uma acção passiva dos média em relação a denúncias de escândalos financeiros. Antes dos estrangeiros os angolanos têm sido os primeiros nas denúncias.
O porquê da ausência de grandes manifestações como na Europa?
-É preciso entender que Angola vive um processo de perdão mútuo e houve uma grande coragem colectiva de perdoar os crimes de guerra. Por isso, "Quem perdoa a quem tirou vida a seu irmão é capaz de perdoar muito mais". Não significa cultura de impunidade, é apenas a compreensão de um momento Histórico. A seu tempo os culpados serão chamados à razão, embora seja preciso cicatrizar as grandes feridas antes que comece " uma nova perseguição".
Reflitam nisso e digam, meus Srs., se "há ou não liberdade em Angola".
5 comentários:
Grande análise. Segue em frente rapaz!
Li atenciosamente o artigo e concordo com alguns ponto.
Não é justo que se diga que não há liberdade de imprensa em Angola porque de 1992 à 2006 as coisas mudaram muito.
estamos juntos
Atenciosamente
Paulo Duda
Fico bantante satisfeito por saber que temos angolanos com liberdade de expressão e com inteligência à altura de mostrar a verdadeira dimensão e realidade da Nação Angola, como o Ilustre. Pena é que o muitas instituições do nosso estado não incentivam e aproveitam para difundir por Si e outros Angolanos os aspectos de progresso e bastante positivos que se vem vivendo em Angola. Força! é uma honra apreciar o que escreveu. Octávio da Fonseca
LIBERADE EM ANGOLA? ISTO É A MAIOR PIADA DO SECULO,NÃO EXISTE LIBERDADE EM ANGOLA. JUSTIÇA?OUTRA PIADA,NEM EM SONHO. DIGO ISTO ,POIS TIVE RELATOS DE EX-TROPAS ,ANGOLANOS NASCIDOS EM ANGOLA(de verdade),e FATOS DE PRESENCIEI.
NÃO EXISTE LIBERDADE EM ANGOLA,ISTO É FATO.
EVOLUÇÃO EXISTIU ,MAIS SÓ IREMOS SABER O QUE É LIBERDADE DAQUI A UNS 100 ANOS. HOJE É SÓ UM SONHO.
VIVA ANGOLA,VIVA O POVO ANGOLANO.
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