
No campo é outra coisa. Os capinzais altos nos atalhos, as árvores derrubadas pelo vento e pela chuva, as cobras procurando sol nos descampados por onde o homem passa, as feras que procuram no homem o seu mata-fome, o cultivo, a poda, a colheita, a auto-defesa e outras valias para a vida campestre remetem à catana a importância transcendental e inquestionável do dia-a-dia.
No campo, um homem sem catana não é Homem. É amador, desprevenido e vulnerável. Todo o perigo é com ele e de tudo quase se pavoneia.
Em mãos de homens do campo, encontramos catanas de diferentes figurinos: com extremidade dianteira curva (semelhante à usada no 4 de fevereiro/61 e por isso assim designada), a rectilíneas, umas mais largas do que outras diminuídas pelo afiar permanente da lima ou pedra, sendo transportadas na mão firme ou à cintura.
A catana para o homem campestre é como a tradicional caneta e bloco de notas no bolso do colete de um bom jornalista que, mesmo usando gravador de som, nunca põe de parte a memória cerebral (ouvir, interpretar e reter) e o seu bloco de notas, coisas que pouco se vão ensinando ou que a nova geração despreza, correndo, com isso, riscos desnecessários.