O ambiente rural de Angola, entre os ambundu, regista o vocábulo "Kaxomba" que se reporta a uma patologia que afecta crianças ainda de tenra idade. O registo é de que o infante fica debilitado e com aspecto pálido. Casos dessa natureza, quando levados aos serviços médicos, são, geralmente reportados como anemia.
lançada a questão a parentes e amigos kwanza-sulinos e malanjinos sobre o que é "Kaxomba", como se manifesta, como era tratada e quais eram7são as consequências, recebemos as seguintes respostas:
"Kaxomba é uma doença (que se manifesta) em tenra idade,1 a 2 anos, e que os velhos diziam que (ser) sangue a mais, enquanto, no fundo, era anemia severa. Tratamento: lâmina ou outro objecto cortante na mão da avó ou tia, fazendo alguns tracejados (no rosto da criança), seguido de banhos de água morna e folhas cheirosas", respondeu Matias P, também ele vítima de tal "tratamento" que o deixou com "tatuagens em baixo relevo" no rosto.
Jaime CC, licenciado em enfermagem, acrescenta que a dita é "doença amigdalítica que impede a criança de se alimentar, causando anemia".
Para Judite L, licenciada e mestrada em enfermagem e com conhecimento da realidade brasileira, o que se designa por "cachumba" no Brasil é a nossa famosa papeira, quando a criança fica com a região da mandíbula abaixo das orelhas inflamadas, situação que ocasiona febres e dores ao mastigar ou engolir alimentos. Os mais velhos nas aldeias, persegue, tratavam com óleo de palma e fricções no local.
Francisco C. diz que "...foi uma prática que assolou parte dessa Angola. A região de Songo, Kunda dya Baze, Kaombo e Marimba, em Malanje, não foram poupadas".
Para Judite L, licenciada e mestrada em enfermagem e com conhecimento da realidade brasileira, o que se designa por "cachumba" no Brasil é a nossa famosa papeira, quando a criança fica com a região da mandíbula abaixo das orelhas inflamadas, situação que ocasiona febres e dores ao mastigar ou engolir alimentos. Os mais velhos nas aldeias, persegue, tratavam com óleo de palma e fricções no local.
Francisco C. diz que "...foi uma prática que assolou parte dessa Angola. A região de Songo, Kunda dya Baze, Kaombo e Marimba, em Malanje, não foram poupadas".
O. Pedro L diz que "em finais dos anos 80 do século XX ainda assistiu a essas acções, mesmo em Luanda, no bairro Sambizanga, praticadas por gentes oriundas de Malanje e Kwanza-Sul"...
A "kaxomba" foi responsável, até finais do século XX, por muitas mortes infantis. Crianças com a dita doença eram submetidas à extracção de suposto "sangue mau" para que "a doença abandonasse o corpo e com o novo sangue (que muitas vezes acabava não tendo) ganhasse saúde". Quando vemos adultos e jovens com tracinhos (faquinhas) no rosto, nos devemos lembrar que não foi (apenas) por uma questão de "kidimbu" (de que origina a palavra portuguesa carimbo), tradicional entre os súbditos (emissários) do rei Ngola. Trata-se de uma tentativa (crença mitológica) de salvar a criança adoentada e acossada por anemia que podia até derivar de má nutrição. Por isso, um crasso erro de gente com essas crenças e falta de informação médica.
A dita "kaxomba" é anemia, debilidade do sistema imunológico.
Empenhemo-nos na formação e informação e haja menos discriminação de quem foi vítima de ignorância, falta de meios de atendimento médico e medicamentoso e até mesmo de cuidados alimentares para com infantes.
Se persistir ainda essa crença por algum lado do nosso país, devemos formar e informar e evitar mortes e ou ostracismo e bullying no futuro.
A kaxomba cura-se no hospital. No Brasil uma patologia descrita com os mesmos sintomas que "a nossa kaxomba" é designada cachumba, inexistindo naquelas paragens a cura por meios mitológicos como acontecia até há bem pouco tempo em Angola.
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