Fonte: Agostinho Neto e a Libertação de Angola, Vol. V, Pg. 66-67
A DGS (PIDE), num relatório sobre “Reconciliação MPLA/FNLA”,
em Dez 1972, diz que o MPLA realizou acções terroristas em Luanda a 4Fev 61 e a
UPA a 15Mar 61.
O relatório diz ainda que em Abr 61, o MPLA, UPA, ALIANZO e
MLEC reuniram em Kinshasa para criar uma Frente Única que não se efectivou
porque a UPA que gozava de grande influência nos países anti-colonialistas
pretendeu a integração de outros movimentos. Antes, segue o relatório da PIDE,
em Jan 60, no espírito da conferencia de Bandung (1955) e Accra (1958), o MPLA
representado em Leopoldoville (Kinshasa) por Mário Pinto lemos de Andrade, propôs
á UPA a criação de uma Frente Única participada pelos dois movimentos. Holdem
Roberto rejeitou.
Em Mar 62, continuamos a citar documento, UPA e PDA fundem-se em FNLA e
criam em Abr 62 o GRAE (Governo Revolucionário de Angola no Exílio). Em Mai 62
Cleophas Kamitatu, ministro do interior da RDC (assim já se chamava o ex-Zaire)
tentou uma unificação entre MPLA e FNLA recusada pela FNLA. Nova tentativa
dá-se em JUn 62 por Kwame krumah, sem sucesso. Em Jan 63, uma comissão de bons ofícios
da OUA reconheceu a FNLA como movimento representantivo da luta do povo
angolano, sendo o MPLA considerado apenas um Movimento político por não possuir,
à data, combatentes no interior. Desta data em diante, é à FNLA que passa a
aniquilar os guerrilheiros do MPLA nos Dembos onde Ferraz Bomboko se mantinha
fiel ao Movimento (op cit. 67).
Em Mai 63, a OUA reconhece o GRAE e este começa a
perseguição ao MPLA na RDC. Em Jun 63, Viriat Cruz insatisfeito com a
conferencia nacional do seu MPLA que dera a presidência a Agostinho Neto tenta
um golpe para chegar à liderança. Fracassado o golpe, V.Cruz e partidários
integram-se na FNLA como “MPLA ala V. Cruz”. Em Jul 63, Agostinho Neto expulsa
do MPLA V.Cruz e seus apoiantes e cria, em Brazaville, a FDLA, integrada pelo
MPLA, MNA, GWIZAKO e UNTA. Finalmente, a 13 Dez 72 é assinado um acordo de
unificação dos esforços de guerra entre MPLA/FNLA (op cit. 77), criando o CSLA (Conselho
Superior de Libertação de Angola, liderado por H.Roberto, e um órgão militar,
CMU - Comando Militar Unificado, liderado por neto.
Se ler o livro que cito no topo em que estão todos os
relatórios da DGS sobre os esforços e desinteligências entre os Movimentos de
libertação de Angola, você saberá porque razão o CSLA não vincou.
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