O mais recente relatório dos
Repórteres Sem Fronteiras, publicado em Janeiro de 2013, aponta que, apesar de
ter subido dois lugares no ranking mundial, Angola é ultima, em termos de
liberdade de imprensa, entre os países que se expressam em português.
Portugal passou do
33° lugar para o 28°,
Angola do 132° lugar para o 130°. O Brasil passou do 99° lugar para o
108° e Cabo Verde foi da 9ª à 25ª posição, sendo, contudo, dos países Africanos
melhor colocados no ranking da RSF.
Por outro lado, quem ouviu a 29 de Janeiro de 2013, o bastonário da ordem dos advogados de Portugal, Dr. Marinho Pinto, na cerimónia de abertura do ano judicial português, ao referir-se sobre “a má utilização” dos media públicos pelo governo para “fanatizar”a população. Quem tenha comparado a realidade portuguesa com a angolana, com certeza, terá levado as mãos à cabeça.
Por outro lado, quem ouviu a 29 de Janeiro de 2013, o bastonário da ordem dos advogados de Portugal, Dr. Marinho Pinto, na cerimónia de abertura do ano judicial português, ao referir-se sobre “a má utilização” dos media públicos pelo governo para “fanatizar”a população. Quem tenha comparado a realidade portuguesa com a angolana, com certeza, terá levado as mãos à cabeça.
Marinho Pinto
dizia, no seu
eloquente discurso,
que “o governo enche os media públicos mais com propaganda do que informação
isenta e coerente, fazendo com que o povo se esqueça até da sua própria dor”…
Que tal de Angola onde até os programas de entretenimento não mais servem senão
para “embriagar, dopar e incitar a uma adesão cega e perigosa”?
E já agora, como anda a nossa liberdade de imprensa e serviço dos media públicos ao cidadão?
Aqui, e porque nos faltam conhecimentos sobre direitos e deveres dos cidadãos e dos agentes de informação massiva, a media pública e privada “bem relacionada com os poderes” até servem de canais para ostracizar aqueles que se mostrem desalinhados ou contrários a única forma imposta para ver e entender o país. Leis e tribunais existem mas quem é responsabilizado pelo abuso da liberdade de expressão ou por cercear a liberdade? Quem, entre o porco e o javali, julgará outrem?
Aqui, e porque nos faltam conhecimentos sobre direitos e deveres dos cidadãos e dos agentes de informação massiva, a media pública e privada “bem relacionada com os poderes” até servem de canais para ostracizar aqueles que se mostrem desalinhados ou contrários a única forma imposta para ver e entender o país. Leis e tribunais existem mas quem é responsabilizado pelo abuso da liberdade de expressão ou por cercear a liberdade? Quem, entre o porco e o javali, julgará outrem?
E, que tal deixar um
recado aos jovens jornalistas?
Aprendi, quando dos
meus primeiros passos no jornalismo radiofónico, que a maneira “mais eficaz” de
não “tremermos” na entrevista com altas personalidades, como ministros,
presidentes e afins, é “sentir-se igual ou superior a ele. Olhando-o nos olhos e
sem cometer erros de tratamento (tu em vez de você), colocar as questões”.
Receita certa ou falsa, comigo funcionou.
Porém, é importante
que o nosso grau de altivez e motivação em busca da verdade ou da informação,
não se converta em petulância nem malvadez.
O jornalista não deve
estar desinformado sobre o tema que aborda nem deve se fazer passar por “um sabe
tudo”. O jornalista não faz perguntas quilométricas, nem demonstra
desconhecimento do que aborda na entrevista. Não gagueja (sinal de fraqueza ou
impreparação), nem dá palpites que possam balizar/condicionar a resposta do
entrevistado/interlocutor. As perguntas devem ser abertas, para que se tenha a
argumentação do interlocutor, ou fechadas, para que se obtenha a confirmação ou
negação de assuntos concretos.
Exemplo de P.A: - O
que acha da entrada em funcionamento da segunda linha de produção da fábrica de
tijolos?
Exemplo de P.F: - O
Sr. Teve participação neste negócio?
Por
outra, é também mister assinalar que
muitas vezes os jornalistas principiantes são traídos pelo afã da
cacha.
Entre uma peça
jornalística bem elaborada, onde todos os intervenientes/interessados são
ouvidos, e uma cacha, onde se omitam informações, onde se matem ou condenem
inocentes em praça pública (media)a primeira opção deve ser o
caminho.
A teoria jornalística
tem como principio elementar a confrontação de dados e de fontes. O jornalista
não é juiz, logo não julga nem pode presumir conclusões. Deve, antes de mais, é
aclarar situações, descrever passos e elementos para que o destinatário da sua
peça jornalistica tire ilações com base nos elementos
fornecidos.
Para que o jornalista
não induza, com seus juizos de valor, o destinatário da matéria, serve-se muitas
vezes de leituras de especialistas para esclarecer questões que aclarem a
notícia.
Lembre-se que “até
transitar em julgado, todo o indiciado goza do direito de presunção de
inocência”. Desde que o jornalista se aprume e saiba diferenciar o género
noticiosos do opinativo, não misturando factos com ideias próprias, será
possível termos em Angola e emq ualquer parte do mundo, um jornalismo cada vez
mais sério e responsável.
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