Há no jornalismo erros capitais como faltar à verdade ou não compulsar dados, manipular, entre outros* . Na assessoria de imprensa há "acertos capitais", dos quais falarei sobre 4, radicando a minha pequena análise num facto concreto.
A.C. é oficial superior da polícia angolana com cargo de direcção. Chamado à TPA para uma entrevista, A.C. apareceu fardado com galões e, enquanto formado em direito, não defraudou, recorrendo diversas vezes à lei e seus articulados para argumentar determinadas medidas e procedimentos da polícia. Até aqui tudo bem.
Notei, porém, que sendo a entrevistadora uma jurista, há muito na profissão e A.C. também um jurista mas há pouco tempo formado, houve uma "temeridade" por parte deste em relação à entrevistadora a quem trataou por diversas vezes por Dra. Nada de errado, mas fez transparecer alguma "subordinação moral" como que de um ex-aluno se tratasse.
Notei também em A.C. que embora usasse um discurso vertical e nada titubiente nas respostas, o que é próprio de um comandante, serviu-se vezes sem conta dos papéis, ou pelo menos desviou o olhar das câmaras, fixando-o no acervo de que era portador.
Para este exemplo concreto, e como a permissão que o meu kota me daria para a análise situacional, sou a enumerar alguns "acertos fulcrais".
1- O Jornalista não "é Dr." (entrevistado ainda que o saiba deve evitar essa referência).
2-O entrevistado (Dr.) não leva livros à entrevista, nem olha para papéis na hora da resposta.
3-O entrevistado (que é o Dr.) solta-se no discurso, olha para a câmara que personifica os telespectadores e "ignora" o entrevistador (não olha para ele).
4- O entrevistado veste-se segundo as circunstâncias da entrevista, o facto motivador da mesma ou a posição que ocupa no ofício.
*-. Heródoto BARBEIRO (www.fae.br/Noticias/n426.html) enumera sete erros capitais do jornalismo que a seu ver se resumem em: 1-invasão da privacidade, 2-manipulação da notícia, 3-assassinato do personagem (denúncia e condenação antes de apurar os fatos), 4-abuso de poder (jornalismo não é o quarto poder na constituição), 5- envenenamento da mente (tentativa de manipular, de fazer a cabeça das pessoas, de alinhá-las a esta ou aquela doutrina), 6-culto de falsas imagens (visando o sensacionalismo) e 7- colaboração para uma sociedade que explora o sexo.
Luciano Canhanga
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