
Há muito tempo temos vindo a ser brindados pela media com a intragável arte de transformar navios em bragres. Acontece na imaginação. A propaganda o tenta, mas as consciências sempre despertam. A minha abordagem de hoje tem a ver com o que assisto na classe jornalística. Quando o debate é sobre “se devem ou não ser considerados jornalistas apenas aqueles que têm graduação e equivalência em ciências da comunicação”, dia após dia vimos fabricados outros jornaleiros vindo de outras “artes”.
O jornalismo áudio-visual em Angola é aos olhos do povo a profissão mais fácil de se exercer. Pensa-se que não se estuda, não se aprende, nem se faz carreira. Todos os dias há transformação, à escala industrial, de novos homens e mulheres de microfone na mão. Qualquer músico, actor de teatro, taxista, animador de eventos ou mesmo “roboteiro” aparece perante as câmaras televisivas ou em qualquer programa radiofónico a intitular-se de jornalista e todos, passivamente, acenamos a cabeça, aprovando-o no silêncio. É triste que assim aconteça.
O caso mais recente e ainda em voga tem a ver com um animador de festas que surge na televisão pública num programa que incita a rixas entre grupos de kú duro. O outro é um “adolescente" do Bié que a máquina propagandística da Orion quer que o tratemos como jornalista, forçando-o a pseudo-reportagens que são despejadas a bruto pela televisão pública. É que o jovem nem sequer consegue (nas suas pseudo-reportagens) pronunciar nomes como Deolinda Rodrigues e já "é jornalista”!
Se o tempo que trazemos às costas é carregado de muita tarimba, mas com debilidades em termos de formação que, felizmente, muitos decanos vão anulando com formações específicas e treinamentos, disseminar outros pára-quedistas seria o mesmo que matar o jornalismo angolano.
O jornalismo áudio-visual em Angola é aos olhos do povo a profissão mais fácil de se exercer. Pensa-se que não se estuda, não se aprende, nem se faz carreira. Todos os dias há transformação, à escala industrial, de novos homens e mulheres de microfone na mão. Qualquer músico, actor de teatro, taxista, animador de eventos ou mesmo “roboteiro” aparece perante as câmaras televisivas ou em qualquer programa radiofónico a intitular-se de jornalista e todos, passivamente, acenamos a cabeça, aprovando-o no silêncio. É triste que assim aconteça.
O caso mais recente e ainda em voga tem a ver com um animador de festas que surge na televisão pública num programa que incita a rixas entre grupos de kú duro. O outro é um “adolescente" do Bié que a máquina propagandística da Orion quer que o tratemos como jornalista, forçando-o a pseudo-reportagens que são despejadas a bruto pela televisão pública. É que o jovem nem sequer consegue (nas suas pseudo-reportagens) pronunciar nomes como Deolinda Rodrigues e já "é jornalista”!
Se o tempo que trazemos às costas é carregado de muita tarimba, mas com debilidades em termos de formação que, felizmente, muitos decanos vão anulando com formações específicas e treinamentos, disseminar outros pára-quedistas seria o mesmo que matar o jornalismo angolano.
Que país teremos com profissionais da media que não sabem sequer escrever uma frase com sujeito e predicado ou pronunciar correctamente palavra e meia?
É mister que, sobretudo, a nossa televisão diferencie os seus programas comerciais ou propagandísticos dos noticiosos/informativos, fazendo com que o conteúdo e apresentadores destas atordoadas se apartem do compromisso noticioso, deixando assim de nos confundirem a todos.
Também é míster que o governo regulamente a lei de imprensa, há mais de dois anos aprovada pelo parlamento, e que se criem outros mecanismos reguladores da classe, como uma ordem ou uma comissão para a atribuição e cassação da carteirade profissional.
Também é míster que o governo regulamente a lei de imprensa, há mais de dois anos aprovada pelo parlamento, e que se criem outros mecanismos reguladores da classe, como uma ordem ou uma comissão para a atribuição e cassação da carteirade profissional.
Julgo que para se ser jornalista não basta abrir a boca nem exibir dotes e poses corporais. É preciso sim, cérebro, escola e muito trabalho, daí que,
É preciso separar o trigo do joio no nosso jornalismo e deve ser para já!
Luciano Canhanga