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sábado, junho 26, 2021

O NOVO FORMATO DO GTICI E OS DESAFIOS PARA A SUA GESTÃO

(Reflexão em esboço)

O Gabinete de Comunicação Institucional, enquanto órgão dos Organismos Centrais da Administração do Estado Angolano, foi instituído pelo DP nº 230/15 de 29 de Dezembro, tendo este sido revogado pelo DP nº 3/18 de 11 de Janeiro que retoma algumas de suas atribuições e competências.

A Estratégia do Presidente João Lourenço que consiste em tornar dotar a "organização da Administração Central de racionalidade e eficiência no realização do serviço Público ... reduzindo ao mínimo a existência de conflito de interesses e de competências, bem como buscar maior racionalização da despesa pública" fundiu alguns ministérios, levando estes a diminuírem, por via da extinção e fusão, alguns órgãos Executivos Directos (direcções) e órgãos de apoio técnico (Gabinetes), trazendo desafios para os Ministérios e seus Líderes.

Nessa "nova era", tive o grato prazer de ser o primeiro ocupante do cargo de Director de um Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa a entrar no debate (interno), pois o Organismo a que presto serviço, o MIREMPET, foi o primeiro, por iniciativa do seu titular, Diamantino Azevedo, e antes mesmo da reforma dos OAPR vide DLP nº 4/20 de 01 de Abril, a promover um debate interno para o enxugamento dos seus órgãos directivos, extinguindo uma Direcção Executiva e fundindo dois Gabinetes (GTI e GCII).

Agora que se universaliza a fusão entre o GTI e GCII ao nível dos Órgãos Centrais da Administração do Estado, há um debate novo que se adensa, procurando saber quem, entre os experimentados  na elaboração e transmissão da mensagem (comunicólogo/jornalistas) e os experimentados na facilitação do caminho/via para a expedição da mensagem (informática/telecomunicações e afins) deve dirigir a área que atende pelas Tecnologias de Informação e Comunicação Institucional?
. Quem se afigura como "melhor especialista" para gerir o Gabinete de Tecnologias de Informação e Comunicação Institucional (GTICI?
Entendamos  que o director de um órgão ministerial está no nível intermédio de responsabilidade, ou seja, entre o nível estratégico (Direcção Central) e o nível operacional. Actua no nível táctico, podendo/devendo auxiliar os extremos. Se o nível Estratégico entender/dominar as ciências de telecomunicações/informática ou possuir um assessor para tal, sugere-se que "poupe" suas energias, deixando confiando a direcção do GTICI a um especialista em Ciências da Comunicação. A isso se acresce também a qualidade dos técnicos disponíveis, pois a experiência e autonomia dos técnicos disponíveis versados em tecnologias de informação e em comunicação influenciará a escolha do perfil do director do GTICI (que, em teoria, deve ser aquele que detém maior conhecimento e experiência na área mais carenciada  entre Comunicação e Tecnologias).
Se a maior necessidade/fraqueza da Direcção Estratégica for em Comunicação, o ideal é que a direcção táctica seja confiada a um entendido em comunicação/jornalismo (assim agiu o MIREMPET). Caso seja o inverso, o melhor conselho será capitalizar/reforçar o GTICI com um director versado em Tecnologias de Informação (valendo-se da autonomia dos técnicos do Departamento de Comunicação).

Por outro lado, dirigir é, acima de tudo, programar, distribuir, acompanhar, supervisionar, conferir, corrigir e aperfeiçoar (kai zen). Significa que um gestor visionário, com uma equipa competente (no caso duas, DTI e DCI), mesmo que não seja estudioso e executante de ciências da comunicação ou tecnologias de informação pode, com ou sem constrangimentos maiores, dirigir o GTICI.

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