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sexta-feira, setembro 24, 2010

CARTA A UM CONTERRÂNEO

Caro amigo Abrantes,
É para mim um imenso prazer comunicar consigo.

Olhando para o mapa das migrações dos povos bantu, notamos que os povos que habitam o actual território do Kuanza-Sul vieram do nordeste, ou seja, da actual região de Malanje (apud Vinte e Cinco e Malumbo). Significa que os nossos ancestrais falavam kimbundu. Chegar a esta conclusão é ainda fácil, mesmo nos dias hodiernos. Basta fazer um inquérito a pessoas de elevada idade sobre "que língua fala".

Por outro lado, muitos dos povos que habitavam o território (actual) do K-Sul migraram para sul e lá fundaram outros reinos e Estados independentes como o Vye (Bié), Ndulo (Andulo), etc. O intercâmbio linguístico entre os povos que falam umbundu e kimbundu (linguas vizinhas) criou uma língua franca (intermédia) a que precisamos atribuir um nome, pois os que vivem mais a sul do K-Sul consideram-se, e são, falantes de umbundu. Os que estão mais a norte do K-Sul falam kimbundu (ex. os Libolo). Os Kibala também se consideram falantes de kimbundu, embora empreguem termos que fogem fonéticamente a esta língua.

No caso, e respondendo à sua questão, o meu caro amigo Abranmtes também é kimbundo (no conceito ancestral). Temos, porém, de encontrar um denominador comum para todos os povos do K-Sul. E é este o esforço em curso.

Atenciosamente,
Luciano Canhanga

A CARTA (e-mail) que originou a resposta supraescrita.

Oi senhor Canhanga,
Aqui é o da-estrela. Trabalho com a língua ngoya.Quero saber se antes do nome ngoya, como se chamava o que os nossos bisavôs falavam? Eu quero fazer um dicionário da minha língua, ngoya, e preciso da tua ajuda.

Eu sou do EBO bairro da Caluanda.

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