
Amigo Evaristo*,
Os textos descritivos, com grande pender económico, muitas vezes são passados para a página social por falta de "milhões", esquecendo-nos, muitas vezes, que a economia é uma ciência Social... E por isso estão casadas.
É por isso, agora nas minhas vestes de comunicador empresarial, (tenho tempo para me colocar na condição de receptor) que começo a ter dificuldade em escrever o que os Jornalistas/ editores consideram de eminentemente matérias económicas.
Será que enquanto mais números houver isso determina o conteúdo económico da peça jornalística? Será possível escrever sobre economia sem os efeitos sociais, sendo ela uma ciência social?
Para além desta reflexões, remeto-te em anexo um texto que tenho igualmente dificuldade em situar. Se entre os "sociais" ou entre os económicos.
Exemplo
CATOCA AFECTA 2% DO LUCRO À RESPONSABILIDADE SOCIAL
Localizada na Província da Lunda Sul a Sociedade Mineira de Catoca, empresa diamantífera comparticipada pela ENDIAMA, ALROSA, Lev Leviev e Odebrecht, tem como aposta, no âmbito da sua responsabilidade social, o desenvolvimento de projectos auto-sustentados.
Mais de trinta projectos foram esboçados para 2008, 2009 e 2010, com destaque para escolas, centros médicos, lavras comunitárias, energia e água, campo de futebol, quadra poli-desportiva, entre outras benfeitorias que se vão juntar as 4 escolas já erguidas e equipadas, um posto médico, fontanários e o projecto merenda escolar que atende cerca de 25 mil alunos dos arredores do empreendimento mineiro e do município sede da Lunda Sul, Saurimo.
O valor global destas empreitadas é oculto, mas é sabido que os sócios decidiram aplicar 2% do lucro anual da empresa à materialização deste desiderato.
“Aqui preferimos falar do que fazemos e não do que gastamos… É mais gratificante ouvir e ver os beneficiários Contentes do que anunciarmos números financeiros”disse uma fonte bem colocada mas que preferiu o anonimato.
A menos de
Depois do derrube das árvores, que nesta região quase impedem os agricultores de preparar grandes extensões de terra, o tractor já gradeia o terreno que em breve recebe sementeiras.
“É que depois de tudo pronto, teremos mais comida e ainda podemos vender o resto a Catoca”, explicou Segunda Upale, camponesa da aldeia de Saipupo.
A
O investimento cujos números não foram revelados consta de um plano ambicioso aprovado pelo conselho de sócios em Abril último e que prevê a afectação de 2% do lucro líquido anual da empresa à Responsabilidade Social.
”Os tempos são difíceis, devido ao impacto da crise económica, mas há projectos que devem terminar , sendo exemplo disso as obras no Nagandu e Saipupo,rematou a fonte a que temos vindo a fazer alusão .
A maior diamantífera do país rendeu no ano transacto aos cofres do estado, só em impostos, um total de 106,3 milhões de dólares referentes a IRT, Royalities, FFSS, Imposto sobre aplicação de capital e imposto industrial para além de avultados montantes aplicados em Responsabilidade social como: Construção e manutenção de escolas e fontanários, compra de um autocarro para cinema itinerante, programa merenda escolar para mais de 20 mil alunos de Saurimo, assistência médica a dependentes de trabalhadores, entre outras acções.
No tocante à sua produção, em 2007, Catoca vendeu um total de 6.118.174 kilates de diamantes que permitiram uma arrecadação de 451,4 milhões de dólares americanos. Segundo o Relatório desta empresa, estampado no site http://www.catoca.com/, o volume de vendas de Catoca em 2007 representou 76% do total das diamantíferas angolanas>.
Um abraço
* Reprodução de uma comunicação mantida com o jornalista Evaristo Mulaza
Luciano Canhanga