Número total de visualizações de páginas

terça-feira, dezembro 25, 2012

DISCUTIÇÃO OU DISCURÇÃO?

A Márcia não pára de colocar dúvidas. Na última comunicação que efectuou ela perguntava:

Qual das frases está correcta?
1- A Maira teve uma discutiçâo com a Filipa.
2- A Joana teve uma discurçâo com a Maria.

Márcia,
Agora que tens tudo para ser jornalista, espero que venhas a me superar, tens de aprender a falar e a escrever correctamente. A oportunidade que te estou a dar é cara e derradeira. Dei-te um livro (Ensaboado e Enxaguado) que espero estejas a ler para "endireitar a boca".

Aproveita tirar todas as dúvidas que tiveres. Os meus dias, como os de qualquer humano mortal, estão contados.

Vamos às questões:
 Discutição não existe em "bom português".
Discursão também não existe.
O verbo é discutir. A acção de discutir é discussão.
Logo, a frase correcta seria: A Maira teve uma discussão com a Filipa.

segunda-feira, dezembro 10, 2012

O SIGNIFICADO HISTÓRICO-DIPLOMÁTICO DAS "FAQUINHAS" NA CARA OU KIRIMBU

ÙSUMIKA é o acto de aplicar ligeiros golpes na pele, com o fito de extrair sangue, podendo ser usada ventosa ou não.

Os traços no rosto, comummente conhecidos como “faquinhas”, frequentes entre povos de Malanje e Kwanza-Sul, em Angola, têm uma explicação histórica.
 
Eles foram sendo usados pelos povos Ngola ao longo da história, por motivos diversos e até de forma profusa. Dados obtidos da oralidade destes povos (pesquisa no terreno no Libolo, Kibala e Kangandala) e registos escritos apontam que a aplicação de “faquinhas na cara” (tracejados horizontais e ou verticais no rosto) tinha uma dupla função nos tempos dos Reis Ngola:
 - Uma era mitológica, ligada à questões de saúde: pensava-se que o sangue mau (de baixa qualidade) era a causa de muitas doenças e devia ser extraído. Essa evocação se prolongou até bem há poucos anos, sendo ainda visíveis crianças oriundas das regiões supra com estes sinais nos rostos. Porém, a extensão dos serviços de saúde às áreas mais recônditas diminuiu grandemente este tipo de pensamento mitológico que mais do que curar, levou à morte muitas crianças que se viram anémicas devido à extracção sanguínea.
 
- A outra razão da aplicação das faquinhas no rosto de Malanjinhos e Kwanza-Sulinos de locução ambundu tem a ver com o “kirimbu” marca/sinal com que o soberano identificava os seus emissários. Não havendo no passado comunicações escritas e nem telefónicas, era preciso autenticar os emissários para qiue fossem reconhecidos e valorizada a mensagem de que eram portadores. Assim, o rei Ngola começa por colocar o “kirimbu” no rosto dos emissários a outros Estados. Sendo sinal único do Rei Ngola, apenas estes embaixadores/emissários eram credenciados nos  Estados de destino.
 
O procedimento dos reis Ngola foi anterior ao tráfico negreiro (iníciado no Sec. XV) e que o adoptou para estampar as "peças africanas" que estavam realmente pagas antes de embarcarem para a América.  
 
A palavra portuguesa carimbo, adoptada pelos portugueses, que muito se relacionaram com os reis Ngola, provêm do kimbundu “Kirimbu” que equivale a “stamp” (selo) em inglês.
=

PS: solicitada a comentar o texto, recebemos da parte da Dra. Judith Luacute o seguinte comentário:
"Quanto ao texto​ devo dizer​ que as "faquinhas" que se faziam no rosto​ das pessoas,​ por questões tradicionais, podem provocar​ os seguintes​ danos às pessoas:
- Infecções, por falta de observação​ dos cuidados (assepsia) do material​ com que​ se fazem as incisões.
- Incisões feitas com uma profundidade que pode atingir os vasos sanguíneos​ e, assim, provocar​ sangramento que podem ser de tal intensidade, levando o indivíduo à morte​ por choque​ hipovolémico (baixa quantidade​ de sangue​ no organismo)
-Transtornos​ psicológicos​ aos portadores​ das​ cicatrizes​ por baixa autoestima, quando inserido num meio onde essa prática​ é​ desconhecida.​
Conclusão
Com todo o respeito que tenho pelas tradições,​ esta​ é​ uma prática​ ​ ​ que deve(ria) ser desincentiva".
=
Fontes escritas:
1- http://pt.wikipedia.org/wiki/Carimbo#Hist.C3.B3rico (24.11.2012)
2- Revista Austral: TAAG, 2011,


Fontes escritas:1-  http://pt.wikipedia.org/wiki/Carimbo#Hist.C3.B3rico (24.11.2012)
2- Revista Austral: TAAG, 2011,

domingo, dezembro 02, 2012

Qual diferença há entre Dispensa e Despensa?

Leia e analise com atenção a frase: “O Manuel foi dispensado da aula e ao passar pela padaria comprou dois pães que guardou na despensa”.

Notamos que:
1-    Dispensa = desobrigação; licença; do verbo dispensar.
O Manuel conseguiu dispensa do exame da cadeira de língua portuguesa, pois teve 14 valores.



2- Despensa = local para guardar mantimentos
A despensa da casa da Ana é maior do que a da sua amiga Isabel que, apesar de pequena, está cheia de coisas valiosas.