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sábado, outubro 30, 2010

A MISSÃO EVANGELIZADORA (NA I.M.U.A.)

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HINO Nro 63 em Kimbundu (Hinário Povo Cantai!)
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Nas sagradas escrituras a missão evangelizadora da igreja está intimamente relacionada à história da salvação, que é a vontade de Deus de que "todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade." (segundo narrado em ITm 2:4-5)

Por isso a missão está ligada ao envio de hiomens e mulheres ao encontro de novas ovelhas para o rebalho do Senhor. Em Mt 28:19-20, Jesus ordenava a seus discipulos: "Ide, fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei." É esse envio justifica e motiva a missão da comunidade cristã.

A evangelização exprime a identidade, a vocação própria da Igreja, sua missão essencial: "Evangelizar constitui a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade."Por isso, a evangelização é o núcleo central da missão da Igreja. Sem esse trabalho, a Igreja não passaria de uma qualquer associação ou "clube de amigos".

É fundamental que toda a igreja, todos os membros, homens, mulheres e crianças, tomemos consciência de que toda a Igrejatem esta missão.

Os cristãos não podem permanecer passivos, reduzindo a sua relação com a igreja as momentos rituais de domingo. É preciso colocar toda a Igreja em "estado permanente de missão".

Olhemos à nossa volta:

Por que haverá tamanha distância, em termos de adesão de novos prosélitos, entre as comunidades religiosas tradicionais e as ditas emergentes se todos pregam a felicidade?

- Uns pregam a felicidade na terra onde vivemos hoje e onde temos carências materiais e espirituais: A mensagem que se tem passado é de que viver bem (de forma desafogada materialmente e cristã) tem de ser aqui (terra). Incute-se nos homens e nas mulheres a necessidade de servir a Deus com fé e obra material (Tg. 2:18) para que esta, a última, se multiplique e redunde em saúde e bem-estar material. E os homens e mulheres são apelados a trabalhar e a ofertar cada vez mais, buscando a sua própria realização (espiritual e material) e com as doações proporcionarem também o bem-estar material das suas confissões religiosas (templos bem acabados e ornamentados) e dos seus líderes religiosos (aparentemente ricos). Os adeptos da felicidade em vida presente e na terra apoiam-se de instrumentos modernos de persuasão (publicidade e marketing e às vezes até da propaganda) para chegarem aos grandes contribuintes e moldadores de consciências (figuras publicas e políticas) que por sequência lógica acabam arrastando os seus admiradores e dependentes.

- Outros pregam a felicidade celestial o que pressupõe que a verdadeira felicidade seria/será aquela a viver na vida ultra tumba. Para tal a mensagem tem sido a de viver uma vida imaterial na terra (Lc. 18:25) para gozar de uma vida celestial sem carências junto de Cristo. Os homens e mulheres são apelados a seguir a Cristo, com vida modesta, sem apego material na terra para usufruir de uma vida abundante nos céus. Note-se, porém, que quando o plantio (busca por bens materiais) é escasso, escassa será também a colheita material (ofertas para o trabalho da igreja). Daí que estas igrejas tradicionais vivem hoje uma carência financeira.

Tudo isso, caros irmãos deve levar-nos à reflexão: As sociedades moldam-se com o passar dos tempos. O cristão é um ser social como os demais e deve estar a par de todas as transformações, independentemente dos dogmas que defenda. Uma conduta demasiadamente ortodoxa pode levar o cristão a recuar no tempo. Não é lícito que fiquemos a lamentar a falta de membros nas nossas comunidades religiosas assistindo impávidos as outras que se tornam cada vez mais cheias. Não devemos lamentar a falta de obras nas nossas igrejas quando as outras estão cada vez mais ricas.

Devemos sim, encontra os caminhos expeditos para fazer uma concorrencia leal e sadia ao nosso vizinho: evangelizar, pregar a santa palavra, trazendo novas ovelhas para o rebanho do Senhor (independentemente do que são e do que fazem) e moldá-las à vida cristã. Juntar e não discriminar.

Deus requer a nossa fé e as nossas obras e não a forma como nos apresentamos (se bem vestidos ou rotos, se bem-falantes ou mal-falantes de determinadas línguas, se ricos ou pobres). Todos somos poucos para a grande obra que a nós se impõe.

A grande missão da Igreja concretiza-se na preocupação com a pessoa humana em sua totalidade. Não é preocupação com uma salvação abstrata, mas compromisso de fé com o ser humano, com seu crescimento no seguimento de Jesus e com sua plena realização em todos os sentidos.

NOTA: O autor é membro da Igreja Metodista Unida em Angola desde 1984. O texto supra foi o suporte de uma pregação/dissertação sua feita no culto de domingo, 31/10/2010, na Igreja Central de Saurimo (Angola).