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segunda-feira, dezembro 12, 2011

UMA AULA DE JORNALISMO ESCONDIDA N "OS 5 DEDOS" DE ISMAEL MATEUS

Relendo bem o livro "Os 5 Dedos de Vida", nota-se que o papel pedagógico de Ismael Mateus, o autor, para que tenhamos um jornalismo melhor, virado e comprometido com a verdade, não se resume aos reparos que faz aos seus "putos mais chegados" nem às críticas mais activas nos seminários e outras formações em que disserta.

Para quem tem "olhos de ver", o texto "Os 3M" é mais uma lição de puro jornalismo, onde o autor nos diz claramente o que pode esta ferramenta/profissão (jornalismo) fazer quando mal utilizada: entrona, destrona e pode matar o próprio artista como aconteceu com Gabriel Coimbra.

Obrigado, Ismael Mateus, por me teres escolhido para o teu governo (dos putos que ensinaste e ensinas jornalismo). Sinto-me bastante honrado!

sábado, novembro 05, 2011

PREGAÇÃO CENSURADA (RENÚNCIA POSSÍVEL)

Amado e respeitado Pastor,

Remeto-lhe, em anexo, o meu sermão do dia 18 de Setembro para merecer a sua apreciação e chamar-me à atenção sobre determinados desvios que terei cometido.

Faço isso porque durante o referido culto fui notando uma inquietude do Sr. guia leigo que não se poupou em fazer comentários desabonatórios, ouvidos por membros do Coro Central. Acto contínuo, socorrendo-se do livro de S. Marcos 14:48-52 ("A forma como seguimos Cristo"), o Sr. guia leigo da Igreja, na sua pregação de 25 de Setembro, fez uma réplica ao referido sermão, tendo afirmado, entre várias passagens, os seguintes trechos:

“… muitos são imprudentes nos actos e palavras que dizem durante o culto. Tornam-se no centro da atenção de todos… Auto intitulam-se por cultos por chamarem a si responsabilidades e problemas alheios… Estão mal vestidos como o homem coberto por apenas um lençol… Denotam falta de cuidado, agitam mas desconhecem os problemas… São imprudentes por assumirem situações alheias e acabam por ser figura principal…. Até para seguir Cristo há que estarmos suficientemente preparados, para evitarmos comportamentos que rotulem imprudência… Acabam por atrair a atenção dos fiéis que os julga com comentários desagradáveis... A igreja não está preocupada com o que vestimos ou falámos. Cada um deve estar preparado para evitar que a igreja lhe ponha a mão e fuja nu, por estar mal vestido… Não sejas o centro do culto... Assuntos de casa ou motivações pessoais nada têm a ver com o culto…”...

Sr. Pastor,
A meu ver, a IMUA é eminentemente uma Igreja Moralista. Daí que apelar à solidez das famílias através do casamento e cumprimento dos deveres dos pais, mães e filhos nunca será, em Igreja Séria, um “crime de lesa pátria”, assim interpretado por alguém que até foi escolhido para guiar os leigos.

Mui agradeço os recados que me têm chegado, através de irmãos coerentes da Igreja e pelo púlpito, como foi a pregação do dia 25.09.2011.

Ao juntar as peças do puzzle, deu-me até vontade de dizer: “Encontrei a Igreja de (...) cheia e deixá-la-ei cheia. Sou apenas um grão de areia que não aquece nem arrefece os cultos dominicais”, mas a minha fé é, de momento, tão grande que não o farei.

Tenho buscado a Deus, para o perdão pelos meus pecados que são enormes. Não procuro cargos em organismos leigos. Tive oportunidade de ser pastor e a recusei...

Sintam-se calmos, todos os incomodados com a minha presença, que nunca mais falarei para um público que, no entender de alguns irmãos, deve apenas ouvir “pequenas verdades”.

Entendo que a coesão das ovelhas da "Central" é um exercício que requer bastante ponderação sob o risco de a despovoarmos. Somos uma Igreja em construção em todos os sentidos. Mas, se apelar ao baptismo e casamento (o que alegraria a qualquer pastor e leigos sérios) é tido como blasfémia, então fico no meu canto.

A terminar, quero pedir ao Reverendo (...) que nunca mais me convide para falar ao seu povo.

Muito obrigado pela atenção que me dispensou ao ler este desabafo.

quarta-feira, outubro 05, 2011

O PAPEL DO CASAMENTO NA SOLIDIFICAÇÃO DAS FAMÍLIAS (SERMÃO)

Data: 18 de Setembro de 2011
Lugar: Igreja Metodista Unida em Angola (central de Saurimo)


… Base do sermão: Salmos 127:1…

Prezados irmãos, muitos de nós estamos na igreja e ouvimos determinadas palavras que não sabemos o significado. Temos um pastor que é bastante pedagógico e de quem devemos seguir exemplos.

Leigos, prezados irmãos, é uma palavra que provém do grego "Laos theon" e significa o "Povo de Deus". São os membros da Igreja que não são ordenados, isto é, que não são pastores. Esta distinção tem a ver com a separação bíblica entre pastor e ovelhas (At 20:28-31. Na igreja metodista os leigos escolhem entre eles um guia, que é o guia leigo, coadjutor do pastor (ordenado). Os leigos compõem a maior parte da Igreja e têm a missão de testemunhar e difundir o Evangelho, bem procurar o Reino de Deus, iluminando e ordenando as realidades temporais segundo Deus.

...
Depois desta introdução que era importante, porque hoje é o nosso dia, quero agradecer ao pastor, por me ter cedido o púlpito que é próprio para os consagrados e não para os leigos.

Da última vez em que fui usado como instrumento de Deus para falar ao seu povo dissertei sobre a missão evangelizadora a que fomos todos incumbidos.

Hoje, dia do leigo metodista, orienta-me Deus que fale ao seu povo sobre o lar, sobre o matrimónio e sobre a família coesa na igreja e na sociedade, enfim, falar sobre a missão dum leigo na igreja de Cristo e na sociedade.

Em tempos ouvimos, aqui mesmo, a grande lição que nos deram as crianças, os nossos filhos, quando do seu dia. É chegada a hora, para nós, pais e mães metodistas de Saurimo, olharmos para nós mesmos e dizermos se somos dignos ou não de sermos pais dos filhos que temos, em casa, na igreja e na sociedade. Por isso, trago uma réplica aos meninos e um desafio a todos os papás e mamã.

Os meninos pregaram sobre a obediência que devem a seus pais, apelando-nos para que não levantemos a ira de nossos filhos. E para que façamos das nossas famílias coesas, felizes, fieis e tementes a Deus.

- Será que estamos preparados para cumprirmos com o que nos pediram os nossos filhos?

- Somos em casa, na igreja e na sociedade uma família unida e que luta para a felicidade de todos?

O Propósito de Deus para a Família

Diz a bíblia em Salmos 127:1 que "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela" Significa isso que a família tem de se fundar em Cristo.

Deus nos criou e designou o casamento e a família como a mais fundamental das relações humanas.

Vemos hoje famílias atormentadas por conflitos e arrasadas pela negligência e abusos. O divórcio e as separações entre casais tornaram-se comuns, significando miséria e dureza para as vítimas que são em grande medida as crianças.

Muitos homens nunca aprenderam a ser esposos e pais devotados. Muitas mulheres fogem dos seus papéis dados por Deus.

Há pais que não têm nenhuma ideia de como preparar os seus filhos e vão assistindo os filhos a rebelarem-se contra a autoridade paternal e do Estado.

Outros pais simplesmente abandonam o seu dever, deixando filhos sem qualquer preparação ou provisão.

Haverá uma solução um dia para os problemas que afectam os nossos lares?

Se formos ao livro de (Génesis 2:24) veremos que a família começa com o casamento. Quando Deus criou Adão e Eva revelou o seu plano básico para o casamento: "Por isso, deixa o homem o seu pai e sua mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne". Este plano é tão claro que, milhares de anos mais tarde, Jesus reafirmou que ainda é o plano de Deus. Jesus citou o versículo 24 de génesis 2 e acrescentou, segundo (Mateus 19:6), que" o que Deus ajuntou não o separe o homem".

Prezadas irmãs e irmão em Cristo,

Casais unidos diante de Deus através do casamento gozam o privilégio de terem filhos, e é um propósito básico de Deus que os filhos nasçam dentro de famílias completas com pai e mãe. É isso que nos diz o livro de 1 Timóteo 5:14.

A paternidade e maternidade solteira, que se estão a tornar moda nas nossas sociedades é um afastamento do plano de Deus que terá sérias consequências para as gerações vindouras.

Vejamos então, caros irmãos, os Papéis Dados por Deus Dentro da Família:

A responsabilidade dos esposos é bem resumida em Efésios 5:25: "Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela". O esposo tem que colocar as necessidades de sua esposa acima das suas próprias, mostrando devoção desprendida aos melhores interesses da "parte mais frágil" que necessita da sua protecção. Ele, o marido, tem de trabalhar honestamente para prover as necessidades da família (2 Tessalonicenses 3:10-11; 1 Timóteo 5:8).

Os maridos devem tratar as suas esposas com respeito e honra. A Bíblia diz em 1 Pedro 3:7 “Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações.”

Mas não é tudo. Em Colossenses 3:19, a bíblia diz ainda aos homens que “Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não as trateis asperamente.”

Enquanto os pais são especialmente instruídos por Deus para preparar os seus filhos na instrução e na disciplina do Senhor (Efésios 6:4). A maior meta de um pai para seus filhos deveria sempre ser para além da formação, a salvação eterna. E esta é a missão do leigo metodista, buscar a salvação para si e sua família.

Guiar os filhos no caminho do senhor. Trazê-los à igreja aprenderem os caminhos de Cristo, o catecismo, serem baptizados e tornarem-se nos continuadores desta obra.

Mulheres: Esposas e Mães

Uma esposa tem um papel muito desafiador no plano de Deus. Ela tem que complementar o seu esposo como uma auxiliar submissa, que partilha com ele as experiências da vida.

Como devem as mulheres tratar os seus maridos? A Bíblia diz em Efésios 5:22-24 “Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o Salvador do corpo. Mas, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres o sejam em tudo a seus maridos.”

Deus instrui as mulheres para mostrarem uma terna afeição aos seus esposos e filhos, e a ser honestas e fiéis donas de casa. É isso qo que podemos ler em (Tito 2:4-5). Deus pede que se tenha uma elevada estima à mulher que é uma boa dona de casa e uma amorosa esposa e mãe, porque é isso que lhes faz valer o respeito e apreciação do marido e dos filhos (Provérbios 31:11-12,28).

E os Filhos, devem ser seguidores obedientes a seus pais e devem honra-los.

Desta feita, o único caminho pelo qual podemos esperar ter boas famílias construídas nos princípios divinos é voltar ao plano que Deus tem revelado. Temos que estudar a Bíblia, aprender estes princípios, aplicá-los em nossas vidas, e ensiná-los aos nossos filhos e aos outros.

Para ter um bom casamento, o ideal é resolver imediatamente as diferenças. A Bíblia diz em Efésios 4:26 “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.”

Para que uma família seja eternamente feliz dependerá da vigência do casamento… Que a bíblia recomenda para que seja eterno. (Romanos 7:2)

Amados em Cristo,

Muitos estarão já a olhar para o relógio. Não me alongarei.

Cada um de nós deve olhar, não para o irmão ao lado, mas para as suas próprias obras e ver se estão em conformidade com o que nos manda a bíblia.

- O Papá ou a mamã que faz uso excessivo de bebidas alcoólicas que exemplo dá aos seus filhos?

- O papá ou a mamã que no sábado está no Kimbanda e no domingo na igreja acha que está a ser exemplo de bom cristão para a família metodista e para as crianças em casa?

- O jovem ou a jovem metodista que tem mais de um parceiro acha que está a ser um bom exemplo para o irmão ou a irmã mais nova?

E que tal dos pais que se entregam apaixonadamente aos deleites carnais?

São temas, para reflectirmos, todos nós, no nosso dia-a-dia.

Irmãs e irmãos em Cristo,

Estamos aqui porque temos consciência da nossa impureza, mas temos que procurar atingir a perfeição ou estarmos próximo dela. Essa tem de ser a nossa luta, mesmo sabendo que tal meta é difícil de atingir. Um aluno tem de procurar ser o melhor entre os colegas. Um cristão metodista tem de procurar, igualmente ser recto.

Por outro lado, e já a terminar… Caros irmãos, é só mais um minuto.

Somos leigos e temos de pregar sobre aquilo que preocupa o leigo. O pastor tem de saber quais são as nossas dificuldades enquanto ovelhas do seu rebanho para que nos possa ajudar…

Temos nos esforçado no sentido de honrarmos a grande obra do nosso pastor fazendo com que quando o reverendo Isaias Sozinho partir para outra missão evangelizadora deixe infra-estruturas erguidas em Saurimo.

É bom que tenhamos um templo que dignifique a Central de Saurimo, mas a igreja física precisará de um rebanho humano espiritualmente ciente e coeso.

Entre as obras que devem honrar e orgulhar um pastor consta o número de baptismos e casamentos celebrados. Será que nós, os membros da Igreja Metodista Central de Saurimo temos ajudado o pastor a atingir estes marcos?

 Se o pastor estivesse presente eu perguntar-lhe-ia: Sr. Pastor, a sua caderneta pastoral está bem recheada?

 Mamãs e papás, tragam as crianças ao pastor e façam-nas baptizar.

 Jovens namorados, casem-se e formem famílias coesas e protegidas pelo nosso grande Sentinela que é o Cristo.

 Papás e mamãs que viveis ainda no pecado, ou seja maritalmente, casem-se!

Em três frases:

- É importante que nos convertamos e nos façamos baptizar para que sejamos homens transformados e cristãos metodistas convictos.

- É importante que as nossas famílias sejam fundadas em Cristo, com base no que a bíblia nos recomenda.

- É importante que ao lado da fé estejam as nossas obras. Que pratiquemos a caridade e que ergamos os nossos templos enquanto lugar de adoração do nosso Deus verdadeiro, que há-de vir.

---Oração---

Óh Deus, tu que imperas nos Céus e na terra, tu que conheces as nossas limitações humanas, se me permitiste abrir a boca perante o teu povo, faz com que caia chuva e se fertilize a terra. Faz com que esta semente lançada ao teu povo germine e dê frutos. Amém!


sexta-feira, setembro 02, 2011

O "GARIMPO" DA MEDIA ANGOLANA: REFLEXÃO

O JORNALISMO, no sentido restrito, e a comunicação, no sentido lato, são ciências sociais que se pautam pela exactidão.

Já é consabido que a retransmissão, de uma mesma informação, perde, ao longo do processo de emissão/ recepção, cerca de 20% do seu conteúdo. Daí que usar os termos certos, ou seja, ser conciso e preciso é mais do que uma necessidade que passa à obrigação do informante.

Esta abordagem surge em função de alguma desinformação que tem havido nos nossos medias (angolanos) quanto ao uso da palavra GARIMPO.

Já ouvi, em quase todos medias angolanos (impressos, broadcasting, digitais, etc.), notícias sobre pretensos garimpos de água, de luz (electricidade) e finalmente (RNA) um garimpo de terrenos ao Benfica.

Ora, vejamos o que diz o dicionário a cerca da palavra garimpo e acção de garimpar.

O garimpo é a forma mais rudimentar de mineração, pois são localizados em áreas remotas e não contam com apoio de qualquer empresa ou órgão público, sendo muitas vezes considerado ilegal.

Garimpos podem ainda ser definidos como: explorações manuais ou no máximo semi-mecanizadas de substâncias minerais valiosas, como ouro, diamantes, cassiterita, tantalita-columbita, quartzo, ametista, etc.etc.etc. (Amaral, 2010)

Esta exploração de minérios, geralmente valiosos, por meios mecânicos, pneumáticos, manuais e/ou animais, é muitas vezes feita sem nenhum planeamento e com a utilização de técnicas predatórias ao meio ambiente. A actividade do garimpo pode ser desenvolvida a céu aberto nos aluviões ou rochas mineralizadas aflorantes, ou ainda em galerias escavadas na rocha. Pode ser uma actividade altamente predatória ao meio ambiente se não for realizada com o devido cuidado ambiental.

Portanto, caro comunicador, evite dizer garimpo de água, garimpo de luz (energia), garimpo de terrenos, etc. garimpo é somente para minerais.

segunda-feira, agosto 01, 2011

DESMISTIFICAR MITOS SOBRE A LUNDA

- QUANDO E POR QUE DEIXARAM OS LUNDAS DE EMPREENDER?

Tornaram-se comuns vozes pouco avisadas proferirem impropérios contra os povos da Lunda como sendo “improdutivos e, sobretudo, pouco dados à agricultura, ao comércio e aos estudos”. Para desmistificar tais argumentos precisamos de recuar cerca de cem anos de história deste território até ao início da exploração de diamantes.

Antes da descoberta do minério, a Luanda era constituída por povos agricultores, caçadores, apicultores e recolectores. A mandioca e leguminosas como a katapi (amendoim) despontavam entre a produção agrícola para a subsistência. A caça sempre foi um hobbiy e principal actividade masculina de suporte à alimentação (os tucokwe são grandes comedores de carne e possuem florestas onde abundam animais). A caça do elefante (extracção do marfim) e a produção da cera para o comércio com Kasanje (Malanje) foram outra das principais actividades dos tucokwe nos sec. XVIII e XIX. Por outro lado, sempre houve e há ainda nos dias de hoje uma grande entrega destes povos à pesca nos rios e nas chanas alagadas. A olaria, a escultura e outras artes também eram notórias e os europeus fizeram grandes descrições sobre as riquezas artísticas, culturais e agrícolas dos tucokwe à sua chegada ao território de Mwata Yanvua.

O mel e o fel dos diamantes
Se, por um lado, a existência de diamantes em abundância nas terras de Mwacisenge deve ser sinal de regozijo, por se constituir em riqueza mineral e de grande valor comercial, as medidas tomadas para propiciar a sua exploração (semi-artesanal controlada) e outras para evitar a sua extracção e comércio irregulares levaram a Lunda a um adormecimento sem precedentes.

Com a criação DIAMANG em Outubro de 1917 e com direitos exclusivos sobre o território e povos do nordeste de Angola, a região foi governada pela empresa diamantífera como se de um “outro Estado se Tratasse dentro de Angola”. Todas as actividades como educação, saúde, construção de edifícios e estradas, desenvolvimento agrícola e comércio, abastecimento e segurança, etc., passaram sob tutela exclusiva da DIAMANG que apesar dos enormes benefícios económicos que obteve da exploração diamantífera não teve a noção de Estado e de desenvolvimento dos povos e da região.

A título de exemplo, nos territórios mais a norte (Lunda Norte) o ensino estava circunscrito à 4ª classe. Os autóctones não podiam ser muito instruídos para não se aperceberem dos males que estavam a ser praticados e que comprometiam o seu futuro. Não havia movimentação de pessoas nem trocas comerciais com outros territórios, a iniciativa privada estava proibida. Os efectivos economicamente activos eram todos empregues na exploração diamantífera (semi-artesanal e com bastante absorção de mão-de-obra barata), ou nas monoculturas da baixa de Kasanje, etc.

Com este tipo de gestão territorial e humana seria difícil o desenvolvimento de actividades que não fossem aquelas ligadas à mineração e às roças de algodão e sisal em Kasanje.

A Lunda dos tempos da DIAMANG tinha duas capitais: uma era a administrativa (Henrique de Carvalho), por se situar a sul e com menor potencial diamantífero, e outra, a capital produtiva ou técnica, (Dundo) onde se concentrava toda a indústria suplementar à extracção, os técnicos expatriados, o museu, a administração da actividade diamantífera, etc.

Como se não bastasse, já alcançada a independência, embora se pretendesse governar o território em moles diferentes, a existência de potencial diamantífero ainda ditou a gestão diferenciada do território.

O Decreto presidencial 84/78 de 4 de Julho separava a província da Lunda em duas províncias conforme a sua vocação económica. A Lunda ao sul com a sua capital Saurimo que passou a ter uma gestão normal, e a Lunda ao Norte, com a Capital fixada em Lukapa, com uma gestão política e administrativa atípica. E o presidente Agostinho Neto justificava: “esta área, segundo discussões que tivemos no Comité Central do nosso partido MPLA, é uma área especial e, por isso, não poderá viver como nas outras áreas, como nas outras províncias. Esta é uma área de produção de diamantes. E, dado que tem existido o comércio ilícito, a kamanga, nós passamos a tomar algumas medidas… para poder suster esta actividade desonesta que prejudica todo o povo. Uma dessas medidas será a restrição das entradas de cidadãos, de compatriotas nesta província… vamos fazer com que não seja fácil vir a Luanda Norte e chegar ao rio Kwango…"

À semelhança das leis da antiga DIAMANG, um estatuto especial foi definido para a Lunda Norte, Lei C/80 de 25 de Junho, impondo uma restrição rigorosa de entrada e circulação de pessoas e bens (e do conhecimento), proibindo-se, deste modo, o exercício de qualquer actividade económica na província. A Lei 16/88 de 17 de Setembro tornava extensivas as restrições à província da Lunda Sul.

Foi neste quadro que os povos da Lunda perderam os antigos hábitos de agricultura, desleixaram-se um pouco das suas artes, abandonaram o empreendedorismo e o comércio, votados a uma escolaridade que não passava do ensino de base e com uma gama de serviços públicos deficiente. No período de guerra, em que inexistiram as empresas de exploração mecânica de diamantíferas, todo o povo foi à kamanga que por ser de rendimento imediato, embora perigosa, acabou por retirar da agricultura e do exercício de outras actividades socialmente úteis as populações rurais, remetendo-as a um atraso ainda mais profundo.

O hoje e o amanhã
Sendo a vida dinâmica, crescendo com ela os desafios, urge, alterado que está o quadro histórico, político e económico, regressar às boas práticas, ao passado que transcenda os dias negros da DIAMANG e olhar com optimismo para os dias vindouros. É preciso arregaçar as mangas e caminhar porque o futuro de Angola e da Lunda é agora.

É preciso fazer os campos florirem para que rapidamente alcancemos a auto-suficiência alimentar; fazer renascer a pequena e a média industria transformadora e, quiçá mesmo, uma industria pesada que concorra, em termos de absorção de mão-de-obra e tecnologia, com a industria diamantífera; fazer ressurgir o comércio de proximidade e em grande escala; as artes e ofícios devem ocupar o seu merecido lugar na escala social; os filhos devem ser levados à escola e os doentes aos hospitais; aproveitar as potencialidades turísticas e não olharmos apenas para as riquezas do subsolo que são finitas... Se assim procedermos, queimaremos etapas. O executivo e os cidadãos devem fazer, cada qual a sua parte, para a reconstrução e crescimento deste grande edifício territorial e social que é a Lunda.

BIBLIOGRAFIA

KI-ZERBO, Joseph: História da África Negra II, Pub América- África, Paris 1982.
MANASSA, João Baptista: Lunda, História e Sociedade, Mayamba, 2011.
REDINHA, José: Etnossociologia do nordeste de Angola, Lisboa 1949,
SANTOS, Eduardo: A questão da Lunda, Lisboa 1966.

segunda-feira, julho 04, 2011

LEAD: AS DIFERENTES FORMAS DE INICIAÇÃO DA NOTÍCIA

Um lead não é mais do que o parágrafo guia ou o parágrafo inicial de uma enunciação noticiosa no qual se procuram responder pelo menos 3 a 4 de 6 qustões. Os ingleses chamam as seis perguntas de W questionas que são:Quem, Quê, Onde, Quando, Como, Porquê.

Tenho lido/ouvido frequentemente na media pública uma forma única de iniciação dos textos jornalísticos, como que os meus ex-confrades se tivessem aprimorado apenas no "Lead do Quem".
Para melhor compreender a questão das perguntas a que o lead responde recuo no tempo dos primeiros passos no IMEL onde todos que passaram pelo curso médio de jornalismo tiveram de aprender o seguinte:

QUEM: Refere-se a pessoa ou ao protagonista. Casa com QUÊ.
Ex. O Ministro inaugurou uma escola de uma sala.

QUÊ: Refere-se ao facto ocorrido. Casa com quem.
Ex. A escola inaugurada pelo Ministro vai atender 35 alunos que frequentavam aulas debaixo duma árvore já sem folhas.

ONDE: Refere-se ao local em que decorre(u) o facto em anunciação. Casa com QUANDO.
Ex. Na escola do primeiro ciclo Mwata Kanhanga, pelas 10 horas, acontece a concentração dos alunos seleccionados para o exame de recurso.

QUANDO: refere-se ao tempo (data) em que ocorre(u) o facto em narração. Casa com Quem.
Ex. Era já tarde quando o Ministro descerrou a placa inaugural da escola do primeiro ciclo Mwata Kanhanga.

COMO: refere-se às circusntâncias ou à forma como decorre(u) o facto em narração.
Ex. Mesmo com intenso frio, o Ministro Kambondondo apelou aos alunos a chegarem sempre cedo à escola.

PORQUÊ: Justifica as causas que leva(ra)m à acção. O motivo pelo qual o facto ocorre(u).
Ex. Devido à falta de condições na antiga escola da aldeia de Pedra Escrita, a administração municipal do Libolo foi forçada a construir uma estrutura de raiz que atende a 35 alunos.

Essas "dicas" não se aplicam apenas ao jornalismo, mas sim a toda a comunicação verbal (oral e escrita).

sexta-feira, junho 10, 2011

PEDAÇOS DA MINHA EXPERIÊNCIA JORNALÍSTICA

DICAS DE RÁDIO-JORNALISMO

Em rádio uma palavra que designe a totalidade do que se quer transmitir é um “tiro certeiro que tomba gigantes”.

domingo, abril 10, 2011

A SEXUALIDADE JUVENIL

Palestra proferida aos jovens da Igreja Metodista Unida Central de Saurimo (excursão de reavivamento espeiritual realizada no dia 9.04.2011).

"DEUS, NOSSO BOM PAI, DAI-NOS A VOSSA SABEDORIA E ENTENDIMENTO PARA QUE POSSAMOS TRANSMITIR E ABSORVER CONHECIMENTOS SOBRE A SEXUALIDADE E A JUVENTUDE"

Sexualidade na juventude. Palavras-chave: Juventude, mamor, sexualidade, casamento, fornicação, adultério.

Juventude: Há quem diga que juventude é uma forma de serque não se condiciona à idade biológica. Temos aqui o irmão Carlos que eu considero um jovem com a simples diferença de ser prudente e responsabilidade nos actos No nosso país não me parece bem definido o parâmetro etário em que se situa o jovem. Vou ter de me reger por outras convenções análogas. No Brasil, o jovem compreende a faixa de idade entre 16 à 29 de acordo com a classificação aprovada pelo congresso em Setembro de 2010.

Já a Assembleia Geral da ONU define a juventude como “Período na vida de uma pessoa entre a infância e a maioridade. O conceito moderno diz-nos também que sentem-se jovens, aqueles que têm idade compreendida entre os 25 e 35 anos (surge aí o conceito de jovem adulto adoptado pela nossa igreja), portanto até aos 35 anos.

Amor: pode ser definido como afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atracção, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. O conceito mais popular de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém, ou com algum objecto que seja capaz de receber este comportamento amoroso e enviar os estímulos sensoriais e psicológicos necessários para a sua manutenção e motivação.

Eros: representa a parte consciente do amor que uma pessoa sente por outra. É o amor que se liga de forma mais clara à atracção física, e frequentemente compele as pessoas a manterem um relacionamento amoroso continuado. Nesse sentido também é sinónimo de relação sexual. Ao contrário vem a Psique, que representa o sentimento mais espiritual e profundo.

Pragma: (do grego, "prática") seria uma forma de amor que prioriza o lado prático das coisas. O indivíduo avalia todas as possíveis implicações antes de embarcar num romance. Se o namoro aparente tiver futuro, ele investe. Se não, desiste. Cultiva uma lista de pré-requisitos para o parceiro ou a parceira ideal e pondera muito antes de se comprometer. Procura um bom pai ou uma boa mãe para os filhos e leva em conta o conforto material. Está sempre cheio de perguntas. O que será que a minha família vai achar? Se eu me casar, como estarei daqui a cinco anos? Como minha vida vai mudar se eu me casar? É um amor interessado em fazer bem a si mesmo. Um amor que espera algo em troca.

Philia ou altruísmo: coloca a dedicação ao outro sempre antes do próprio interesse. Quem pratica esse estilo de amor entrega-se totalmente à relação e não se importa em abrir mão de certas vontades para a satisfação do ser amado. Investe constantemente no relacionamento, mesmo sem ser correspondido. Sente-se bem quando o outro demonstra alegria. A interpretação cristã sobre a origem de Jesus, engloba este tipo de amor para descrever o acto de Deus, que, ao ver a humanidade perdida, entrega seu filho unigénito, para ser morto em favor do homem.

Storge: é o nome da divindade grega da amizade. Por isso, quem tende a ter esse estilo de amor valoriza a confiança mútua, o entrosamento e os projectos compartilhados. O romance começa de maneira tão gradual que os parceiros nem sabem dizer quando exactamente. A atracção física não é o principal. Os namorados-amigos não tendem a ter relacionamentos calorosos, mas sim tranquilos e afectuosos. Preferem cativar a seduzir. E, em geral, mantêm ligações bastante duradouras e estáveis. O que conta é a confiança mútua e os valores compartilhados. Os amantes do tipo storge revelam satisfação com a vida afectiva. Acontece geralmente entre grandes amigos. Normalmente os casais com este tipo de amor conhecem muito bem um ao outro.

Sexualidade: Para muitas pessoas, falar de sexualidade remete imediatamente ao acto sexual e à reprodução. Mas a sexualidade é muito mais abrangente. Pode ser definida como uma forma de expressão dos afectos, uma maneira de cada indivíduo se descobrir e descobrir os outros. A sexualidade engloba a identidade sexual (masculina e feminina); os afectos e a auto-estima; as alterações físicas e psicológicas ao longo da vida; o conhecimento anatómico e fisiológico do homem e da mulher; a higiene sexual; a gravidez, a maternidade e a paternidade; métodos anticoncepcionais; doenças sexualmente transmissíveis; os transtornos sexuais, entre outros. É logo um tema de difícil abordagem para um leigo como eu, pelo que escolherei apenas alguns ângulos de abordagem para essa dissertação, tentando sempre o enquadramento etimológico, social e religioso da questão.

O conceito contemporâneo diz que a sexualidade é uma experiência individual regida por diferentes desejos e condutas que a tornam um processo absolutamente pessoal e natural. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, "a sexualidade humana forma parte integral da personalidade de cada um. É uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida. Importa tomar nota que a sexualidade não é sinónimo de coito e não se limita à presença ou não do orgasmo. Sexualidade é muito mais do que isso. É energia que motiva encontrar o amor, contacto e intimidade, e se expressa na forma de sentir, nos movimentos das pessoas e como estas tocam e são tocadas. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, acções e integrações, portanto, a saúde física e mental. Se saúde é um direito humano fundamental, a saúde sexual também deve ser considerada como direito humano básico. A saúde sexual é a integração dos aspectos sociais, somáticos, intelectuais e emocionais de maneira tal que influenciem positivamente a personalidade, a capacidade de comunicação com outras pessoas e o amor".

Caracteres sexuais secundários masculinos

Mudança na voz.
Desenvolvimento corporal por aumento da massa muscular.
Aumento do tamanho do pénis e dos testículos.
Poluções nocturnas.
Aparecimento do acne.
Aparecimento de pêlos nos órgãos genitais, axilas, etc.
Maior secreção da hormona testosterona.

Caracteres sexuais secundários femininos

Alargamento das ancas. Maior acumulação de gordura no tecido adiposo.
Desenvolvimento dos seios e das ancas.
Menstruação mensal.
Aparecimento do acne.
Aparecimento de pêlos nos órgãos genitais, axilas, etc.
Maior produção da hormona estrogénio e progesterona.

NOTA: as alterações corporais são vivenciadas de forma diferente, de jovem para jovem. Podem aparecer sentimentos de vergonha, timidez, pudor e até ansiedade, nomeadamente em casa, junto dos pais e dos irmãos, e na escola, junto dos colegas e das colegas. Outra manifestação é a constituição de grupos e de espaços ferozmente mono-sexuais (proibição absoluta dos rapazes entrarem nos grupos das raparigas e vice-versa).

Fornicação: vem de fornix = abóbada, ou arco da porta sob a qual as prostitutas romanas se exibiam. As meretrizes ficavam por lá porque, além de ligar o lugar ao sexo, a mulher romana devia, a não ser que não tivesse nem pai, nem marido, nem filho do sexo masculino, sempre obediência a um homem. No Novo Testamento, fornicação é o termo usado para traduzir a palavra grega Porneia, que designava um matrimónio inválido. A evolução do termo no sleva para a ideia de sexo ilícito, ou seja, a prática de sexo antes ou fora do casamento que aos olhos de Deus é imoralidade e contrário as leis.

Adultério: define-se como "acto de se relacionar com um terceiro na constância do casamento", é considerado uma grave violação dos deveres conjugais por quase todas as civilizações de quase toda a história, sendo que algumas sociedades puniam gravemente o cônjuge adúltero e/ou a pessoa com quem praticava o acto. Hoje, esta violação ainda é punível severamente, inclusive com pena de morte nos países muçulmanos. Nos países do ocident
e, a punição se dá de forma branda mas é causa suficiente para o divórcio ou rescisão do casamento.

O adultério na Bíblia: no Antigo Testamento da Bíblia, a lei mosaica determinava a pena de apedrejamento do adúltero. No Novo Testamento, Jesus afirma que “o que Deus ajuntou, não o separe o homem”

Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério. (Mt 19:9)

Assim, Jesus explica a reprovação de se contrair novas núpcias enquanto o cônjuge divorciado ainda estiver vivo. Noutro contexto, os apóstolos também posicionaram-se contra o adultério, quando Paulo dizia: “Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher (...) A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo em que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido, fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor. (I Coríntios 7:10-11; 7:39).

Idade ideal para a actividade sexual: É depois de casar. O casamento na nossa ordem jurídica realiza-se a partir dos dezoito anos, salvo excepçõers que normalmente emanam de acções pecamin osas como a gravidez precoce.


O que diz a bíblia sobre sexo antes do casamento: o sexo antes do casamento é repetidamente condenado na bíblica (Actos 15:20; Romanos 1:29; I Coríntios 5:1; 6:13,18; 7:2; 10:8; II Coríntios 12:21; Gálatas 5:19; Efésios 5:3; Colossenses 3:5; I Tessalonicenses 4:3; Judas 1:7). A Bíblia defende e encoraja a abstinência antes do casamento. Sexo antes do casamento é tão errado quanto o adultério ou outras formas de imoralidade sexual, porque todos envolvem relações sexuais com alguém com quem você não é casado. Sexo entre marido e sua esposa é a única forma de relações sexuais que Deus aprova (Hebreus 13:4).

Quem deve fazer sexo? Em princípio o sexo está recomendado aos livremente casados como forma de recriação e recreação (perpectuação da espécie humana e satisfação de funções biológicas e sanitárias).

terça-feira, fevereiro 01, 2011

A COMPLEXIDADE DO NÚMERO E SUA COMPREENSÃO

O número indica "quantidade de seres e/ou coisas". Indica também a grandeza. Na hora das contas sobre os seus feitos (factum) os políticos gostam de enumerar números que indiquem grandezas. Preferem, por isso, usar sessenta minutos a uma hora. Mais de quarenta salas a uma escola... E é, sobretudo, quando se usa o quantitativo "mais" que a coisa ganha significado e interpretação diferentes.

Estamos a viver a abertura do ano lectivo e os políticos de todos os quadrantes fazem contas ao que foi feito no defeso das aulas para reverter o ainda elevado número de crianças fora do sistema escolar. Os discurso apontam, como sempre, "números ocos".

Um certo governante anunciou: "Construímos mais de cinco escolas".
- Terão sido seis ou cinco escolas e meia? (inexiste meia escola)
- Quantas salas terá cada uma das "mais de cinco" escolas e qual o universo de alunos a acolher?

E alguns dos jornalistas embarcam na mesma conversa intencionalmente codificada sem que consigam traduzir para os públicos (leitores, ouvintes e ou telespectadores) o verdadeiro significado dos números e a verdadeira mensagem do interesse do destinatário.

Só uma pergunta: Importa mais saber o número de escolas construídas ou o número de salas, localização e o universo de alunos que possam albergar?