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quarta-feira, dezembro 02, 2009

O VALOR DA DESCRIÇÃO, DA PRECISÃO E DA IMAGEM NA COMUNICAÇÃO

A trilogia representa o que é hoje a media, ou seja, a imprensa descritiva, a rádio exacta no uso da palavra certa e o peso da imagem televisiva.

Dizia, e com razão, um meu antigo editor que "os jornais descobrem os assuntos", pois, tradicionalmente, é para lá que iam/vão as cartas e os telefonemas sobre novos assuntos. Hoje o cenário pode ter mudado, mas os jornais ainda continuam a ser aqueles que com maior profundidade descrevem os factos. Até porque têm de dizer por palavras escritas até aquilo que apenas se sente. Dizer, por exemplo, que fazia frio, que as pessoas estavam exaltadas, que fazia poeira, que o ruído era ensurdecedor, ou que os actores mostravam inabilidade, etc.

As rádios, embora se tenham colado às funções tradicionais da imprensa, têm igualmente os seus campos próprios. Isso faz e fez com que o surgimento das rádios não acabasse com os jornais e a televisão não se arruinasse com a aparição das rádios, nem a multimedia conseguisse acabar com os primeiros. E dizia o meu editor, Zé Rodrigues, que se os jornais descobrem para depois descreverem, "a rádio aprofunda". Ela, a rádio, dá outras vozes aos assuntos. Explora outras dimensões do problema. Traz à ribalta novos actores. Complementa o jornal, usando palavras precisas e de significação inconfusa. Ela diz o máximo num mínimo de palavras e de tempo auxiliada pelo som. Mas não é tudo. Falta mostrar.

É aqui que surge a tv. Ela não precisa extender-se no texto, nem na palavra, ou no pormenor. O assunto já foi lido e ouvido. A curiosidade humana está agora aguçada para a visão. Falta mostrar e a tv cumpre o seu papel mostrando. Aqui se materializa também o velho, mas sempre sábio, ditado chinês: Uma boa imagem vale mais do que mil palavras.
As palavras escritas são para a imprensa, a voz para a rádio e a imagem para a Tv.

NB: Um texto conciso é aquele que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras. A clareza deve ser a qualidade básica de todo o texto. Para que ela exista concorrem: a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto; o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão; a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos e a concisão que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que nada lhe acrescentam.

Luciano Canhanga

1 comentário:

Anónimo disse...

leggere l'intero blog, pretty good